Definindo Adoração
Não
se pode definir exatamente o que é adoração, pois adorar é amar a Deus,
e o amor não se define, e sim, experimenta-se. Só quem ama, pode ter
algum entendimento do que é o amor. Assim, também, só quem adora a Deus,
pode perceber o que é a adoração. Porém, podemos dar algumas definições
de adoração.
1 – Beijar a Face de Deus
Certa
vez eu estava num momento de profunda adoração, a sós com Deus, quando
comecei a ter a sensação de um rosto bem pertinho do meu. Por alguns
segundo, imaginei que fosse o meu esposo que havia se aproximado de mim
de mansinho, mas não era. Não havia ninguém no quarto senão eu e o
Senhor Jesus. Tive uma sensação gloriosa, como se eu estivesse beijando a
face de Deus.
Qual
foi a minha surpresa e alegria quando descobri que no original grego do
Novo Testamento, a palavra que foi traduzida para adoração é a palavra
grega PROSKENEU, que na verdade, significa beijar a face em reverência,
ou seja, beijar a face de Deus. Foi o que eu senti naquele momento de
adoração.
Ora,
para beijar a face de alguém, é preciso proximidade e intimidade. Eu
não posso beijar o rosto do meu esposo de longe. Assim, não podemos
adora a Deus de longe. É preciso estar bem pertinho dele, no aconchego
dos Seus braços, na Sala do Trono, desfrutando de uma verdadeira paixão
eterna.
Faço
uso da palavra paixão no sentido de um fogo eterno de amor a Deus, o
qual jamais se apagará. Não me refiro à paixão no sentido que esta
palavra tem popularmente, ou seja no sentido carnal. Mas é num sentido
sublime, de um amor apaixonado que se renova a cada dia, isto é, como
uma paixão eterna que se renova a cada dia, numa proximidade bem íntima
com o nosso amado Senhor. Assim, podemos afirmar que adorar é beijar a
face de Deus.
2 – Amar a Deus
O
adorador é um verdadeiro amante de Deus. Isso mesmo! Se somos
adoradores, então somos amantes de Deus, como ordena o mandamento:
“Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua
alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força” (Mc 12.30).
Este
versículo é a melhor definição para adoração, se é que o amor pode ser
definido. Adorar é amar a Deus como diz este versículo. De todo o
coração, isto é, com o nosso espírito recriado. De toda a nossa alma,
isto é, com toda a nossa mente e com toda a nossa força, com todo o
nosso corpo. Esta é a dimensão mais íntima de relacionamento com o Deus
verdadeiro. Adorar a Deus é amá-lo com todo o nosso ser. A Adoração é
algo tão profundo, tão forte e tão íntimo, que as palavras precisam
estar ungidas totalmente pelo Espírito Santo para significar pelo menos
um vislumbre do que seja o amor de Deus.
Adorar
é amar muito ao Senhor. Responder ao amor divino. É uma condição total a
Ele. Não existe nada, ninguém, nem coisa alguma que possa ocupar o
lugar do Pai Celestial no nosso coração. Tudo é Dele e para Ele. Adorar é
beijar o coração de Deus. É um relacionamento muito profundo. Não
depende de nada. A verdadeira adoração acontece no Espírito recriado do
adorador, não importando se o mesmo está em casa, no templo, na cidade,
no campo, no supermercado, na escola, no carro ou no ônibus, no cruzando
os céus num avião, ou cruzando os oceanos num transatlântico. Não
depende de nada externo. É lá no íntimo, todo o tempo, em todo lugar.
A
adoração não depende de sentimentos tais como arrepios ou qualquer
outra reação externa. Até podemos sentir fortes emoções, ou mesmo
arrepios gostosos ou outros sintomas agradáveis, maravilhosas emoções,
mas a adoração não depende de nada disso. É lá dentro do nosso ser,
assim como o amor também não depende de nada disso e acontece no âmago
de nós mesmos.
O
adorar tem uma sede de ser fiel e santo ao Senhor, uma vontade de fazer
somente o que agrada a Deus. Tudo o que importa é que Deus seja
engrandecido, que o Senhor Jesus cresça em nosso coração, como diz João
Batista: “Que Ele cresça e que eu diminua” (Jo 3.30), pois somente Ele é
digno de ser glorificado, exaltado e adorado.
Adorar
é fazer a vontade do Pai em resposta ao seu eterno amor. É desejar os
desejos dele e querer, sobretudo, agradá-lo. O adorador vive para
agradar a Deus, pois quem ama vive para agradar a pessoa amada.
Assim,
se amamos a Deus, vivemos para agradá-lo. Adorar é entrar na Sala do
Trono, onde o Pai eterno está entronizado e beijar a Sua face em
espírito, com o coração totalmente rendido ao Espírito Santo. E isso só é
possível se tivermos profunda comunhão com Deus. Beijar a face de Deus
espiritualmente requer proximidade e comunhão, num relacionamento de
amor eterno, repito, como numa paixão eterna, um amor como fogo que
jamais se apagará. Adorar é, pois, amar a Deus.
3 – Dar a Deus
É
tão glorioso falar sobre adoração! O nosso coração bate mais forte.
Chego a ficar emocionada com o nosso querido Espírito Santo guiando os
adoradores.
Desde
Gênesis a Apocalipse, encontramos os adoradores adorando ao Deus vivo e
verdadeiro. De acordo com Efésios 1.12, fomos criados com o fim de
sermos para louvor da glória de Deus. Nós, os que antes havíamos
esperado em Cristo, formos feitos para adorarmos a Deus.
Adão
e Eva foram os primeiros adoradores terrestres. Foram criados com o
propósito de adorar a Deus. Eles mantiveram uma profunda e perfeita
comunhão com o Pai, até que caíram em pecado. Enoque andou com Deus. Eis
aí outro exemplo de adorador, que amou tanto a Deus que foi logo levado
para o lar celestial (Gn 5.22-24).
Mas
quero chamar a atenção para o exemplo de Abel. Abel foi um adorador (Gn
4.4). A adoração verdadeira tem tudo a ver com o ato de dar algo a
Deus. Este algo não pode ser qualquer coisa. É dar a Deus o nosso
melhor. A Palavra diz em Deuteronômio 16.16: “não aparecerão vazios
perante o Senhor”. Adorar é ministrar ao Senhor o nosso amor. E este
amor é em Espírito e em verdade. Em espírito, porque com o nosso
espírito que adoramos. E em verdade, quer dizer, na prática, com
atitudes verdadeiras, sinceras, honestas. Na adoração ministramos ao
Senhor, cantamos para Ele, olhamos para Ele, entregamos a Ele nossos
dízimos e ofertas, como fez Abel, dando a Deus o melhor.
Pastora Delza: Ministra de Louvor e Adoração, Compositora, Escritora, Conferencista, Pastora da I.E.Q Templo das Águas Purificadoras.
Os músicos e o uso de instrumentos
Há
muitos cuidados que o músico na igreja deve tomar para não quebrar a
ética litúrgica na Casa de Deus. Gostaríamos de citar neste artigo
aqueles que julgamos mais necessários. Vejamos cada um deles. Se os
instrumentistas vão fazer solo, deverão deixar o volume dos aparelhos
numa altura que seja ideal, confortável ao ouvido, e não abrir todo o
volume, como muitas fazem, achando que todo mundo está gostando.
Se
vão “acompanhar”, devem apenas acompanhar. Acompanhamento quer dizer
executar em segundo plano. O que muitos infelizmente fazem é abafar as
vozes principais, que estão no primeiro plano. Isso é falta de
orientação, de bom gosto, de sabedoria, de bom-senso. Significa que não
há um responsável por isso, e que estão agindo de modo absoluto, como
bem entendem. Significa que o dirigente deixou tudo à vontade, com a
desculpa que isso é “liberdade no Espírito”, quando na realidade é
desorganização do responsável.
O
instrumento não é para abafar a voz de quem canta, mas acompanhá-la. Às
vezes, muitas dessas pessoas, no passado, vieram de ambientes mundanos
pesados, onde tocavam a noite inteira, a todo volume, uma música que não
era música. Era uma loucura diabólica que arrasava os nervos de
qualquer um, e também os ouvidos, e ainda sob essa nociva influência
ingressam na igreja, e, uma vez aqui, não ficam totalmente libertos dos
gostos mundanos ou não recebem a devida orientação. Daí existirem hoje
dois tipos de gerações.
a)
– Uma geração de surdos, pelos tímpanos lesados nas orgias
superbarulhentas, nos clubes, nos “inferninhos”, nos lares, nos carros
etc.
b)
– Uma geração de loucos, pelos nervos lesados pela poluição sonora, dia
e noite. Essa é uma das causas do Brasil ter no momento 10% de
habitantes com distúrbios mentais. Pesquisa recente, criteriosa e
prolongada, revelou isso.
A
igreja em toda parte tem muita gente assim, que não sabe o que é bom
gosto, senso apurado, quintessência, equilíbrio etc. Os tais não sabem
que estão arrasando os ouvidos dos outros. É como diz em Malaquias: “Não
sabem que fazem mal”.
A música na igreja, segundo a Bíblia, deve ter pelos menos três propósitos, a saber (Cl 3.16):
1. O propósito da adoração a Deus;
2. O propósito do louvor a Deus;
3. O propósito do serviço para Deus.
Podemos
ter muita música na igreja, mas sem o propósito da adoração. Nesse
caso, a nossa música será tão somente “metal que soa e sino que tine” (I
Co 13.1). De todos os ministérios que integram o culto cristão, o que
mais está sofrendo é o da música.
Muita
música nas igrejas é simplesmente uma coisa qualquer, mas não música
espiritual, que arrebata, que transforma, que fala ao coração, que
edifica, que inspira, que toca a alma, e não apenas os nossos ouvidos e
sentimentos.
Não
me refiro só à melodia, harmonia e ritmo. Não. Refiro-me também à
letra, muitas vezes antibíblica, irrerevente, iconoclástica, só poética e
filosófica. Isso é porventura “música de Deus”, como está escrito em 1
Crônicas 16.42? Por que isso? Geralmente, porque seus autores não andam
com Deus para dEle receberem a Palavra que saturaria seus hinos.
A
música da igreja não deve apenas encher nossos ouvidos, mas muito mais o
nosso coração, de modo que ela sirva de instrumento para Deus revelar e
manifestar sua presença em nosso meio. É isso que eu chamo de música
como um serviço a Deus. Com exceção do canto congregacional, oriundo de
hinários sacros, o que está havendo em muitas igrejas é música mundana,
música de boate, música de embalo, música para bailar, sem qualquer dose
de inspiração divina e sem nenhum ou quase nada de conteúdo bíblico.
Deus
pedirá conta por essa música sem mensagem e sem inspiração. Deus
julgará essa desordem na sua casa e no seu culto. Quando a música foi
profanada, nos primórdios da raça humana (Gn 4.21-24), veio mais tarde o
Dilúvio.
Uma
das razões porque o Diabo tem causado tanto estrago na música, tanto
fora como dentro da Igreja, é porque ele antes da sua queda era
dirigente de música no Céu (Ex 28.13 e Jô 38.7). Portanto, ele conhece
essa matéria e sabe como corrompê-la.
Está
na hora das igrejas grandes terem um departamento musical sob a direção
de alguém competente e escolhido para isso, para coordenar todas as
atividades musicais da igreja.
Enquanto
a congregação canta no máximo dois ou três hinos em todo o culto,
solistas, conjuntos, corais e bandas cantam e tocam até 21 números (como
sei de casos)! Segundo as Escrituras, o incenso sagrado (que simboliza a
oração e a adoração) era composto de vários ingredientes, mas todos de
peso igual (Ex 30.34).
O
azeite vinha na frente (Ex 30.22-33). Depois o incenso (Ex 30.34-38). O
azeite fala do Espírito Santo. A predominância do Espírito Santo na
vida do crente e no ambiente leva a uma profunda e santa adoração.
Montagem
e arrumação de instrumentos durante o culto é desorganização, bem como
afiná-los durante o culto. Preparem tudo ante do culto. Honrem a Deus,
fazendo do seu culto um momento de encontro com Ele, e não uma
miscelânea que ninguém sabe o que é.
É
com diz Paulo aos Coríntios: “Enquanto um tem fome, outro embriaga-se;
de modo que quando vos ajuntais, não é para melhor, senão para pior” (I
Co 11).
A
questão dos cantores é outro assunto bastante delicado, especialmente
quando são cantores de fora, com seus modos e costumes peculiares, às
vezes copiados de outros, quase sempre contrariando a boa ordem do culto
e querendo dar ou deixar a impressão de espiritualidade, quando muitas
vezes não é o caso. Geralmente são indisciplinados, autoritários, chegam
quase sempre atrasados e, nesse caso, perturbam o culto todo, ligando
instrumentos, afinando-os etc.
Eles
conversam durante o tempo em que não estão cantando, não dizem quantos
hinos vão cantar, nem pedem permissão ao pastor para isso. Acham que,
por serem cantores, têm salvo conduto onde chegarem. Onde
está a humildade e as características de um verdadeiro ministério de
canto? Então, só porque sou cantor e vou adorar a Deus noutra igreja
terei que cantar? Se os dirigentes não tomarem providências, não teremos
outro elemento no culto a não ser a música, e nem isso, porque, como já
vimos, é música sem unção, sem mensagem, sem poder, sem graça divina,
sem nada!
Se
o hino que alguém vai cantar tem, digamos, cinco estrofes, pode cantar
apenas três e suprimir as demais. É uma questão de sabedoria e bom
senso. Salvas as exceções, muitos de seus hinos são obras primas
artificiais e sem mensagem, devido a seus autores não quererem saber da
Bíblia e da profunda comunhão com Deus. Tais hinos são como uma flor
artificial: quase perfeita, mas sem vida, sem perfume, sem crescimento.
Uma lei divina é que toda reprodução seja segundo a sua espécie (Gn
1.11-12,31).
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