Por graça de Deus, tenho pregado o Evangelho e ensinado a Palavra de Deus desde 1988. Por favor, não me pergunte qual é a minha idade! Mas tive o privilégio de aprender aos pés de Valdir Nunes Bícego (in memoriam), na Assembleia de Deus da Lapa, em São Paulo.
Tenho conhecido, graças ao ministério que o Senhor me outorgou, famosos expoentes das Escrituras. E observo que, ao longo dos anos, muitos deles passaram a valorizar mais a forma do que o conteúdo. Optaram por priorizar, infelizmente, o malabarismo, a animação de auditório e outras práticas mecanicistas, inclusive a adoção de fundos musicais melodramáticos, visando a uma suposta “colheita imediata”, muitas vezes, financeira, e não ao “plantio da boa semente”: a Palavra de Deus.
Conquanto este seja um “duro discurso”, não posso deixar de dizê-lo. Além das falações intermináveis dos levitas (levitas?), que muitos chamam de ministrações, durante o momento de louvor (louvor?), os aludidos fundos musicais durante a explanação da Palavra — a qual se torna cada vez mais sucinta, para não cansar os ouvintes — e outras inovações têm sido um prenúncio de que, em breve, caso os líderes não se despertem, a exposição simples das Escrituras não será mais bem-vinda no culto a Deus. A bem da verdade, o erro maior não é dos “levitas”, pois muitos pregadores fazem questão do fundo musical.
Alguns pregadores, inclusive, prevendo a possibilidade de não haver músicos hábeis para produzir fundos musicais que “toquem a alma”, eles mesmos já têm à mão um CD com melodias que “preparam o coração dos ouvintes”. Não teriam eles aprendido isso com o showman Benny Hinn, que usa o fundo musical para sugestionar pessoas, a fim de derrubá-las?
Será mesmo que a exposição da poderosa Palavra de Deus precisa desse tipo de “muleta”? Digo isso, não porque seja inimigo da música. Pelo contrário, a música é uma bênção, mas ao ser executada no momento certo! Segundo a Palavra de Deus, no culto feito com ordem e decência, há o momento apropriado para todas as coisas (1 Co 14.26-40).
Graças a Deus, ainda há ensinadores e pregadores que não aderiram ao modismo do fundo musical e continuam priorizando a exposição das Escrituras com autoridade e simplicidade. Mas, sabe o que mais os irrita, além dos famigerados fundos musicais não solicitados? Músicos ou “levitas” tocando guitarra — mesmo desligada — durante a explanação das Escrituras!
Tocar guitarra ou contrabaixo durante a pregação, aliás, além de falta de reverência, é uma deselegância sem tamanho e evidencia a falta de interesse pela exposição das Escrituras. Nesses tempos pós-modernos, alguns “levitas” não conseguem deixar de tocar seus instrumentos nem no momento da pregação!
Eles abrem o culto tocando, tocam enquanto cantores e grupos louvam e, na hora da pregação, em vez de prestarem atenção à exposição da Palavra, preferem “ajudar” o pregador fazendo um fundo musical ou desligam suas guitarras ou contrabaixos, mas continuam batendo nas cordas, alheios à pregação. Pensam eles que aquele barulhinho irritante não atrapalha o pregador? “Aviva, ó Senhor, a tua obra” (Hc 3.2).
Ciro Sanches Zibordi
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